terça-feira, maio 18, 2004

Incoerências da vida moderna...

Hoje assisti uma propaganda do Hospital do Câncer que realmente me colocou para pensar, nela são feitas perguntas do tipo:
Quanto vale um beijo?
Quanto vale um abraço?
Quanto vale o amor?
Quanto vale um amigo?
Quanto vale uma vida?

Isso me reportou a um tema completamente fora do interesse do Hospital do Câncer, que seria arrecadar fundos, comecei a pensar sobre a vida mesmo, mais especificamente a vida da mulher de hoje, as chamadas "independentes", pq quando nós mulheres escolhemos a independência (financeira) acabamos, por muitas vezes, deixando de lado coisas que esse dinheiro nunca poderia comprar.

No outro dia me peguei pensando que eu não gostaria de ser mãe, pois isso me atrapalharia toda minha vida profissional... A que ponto chegamos? Eu sempre amei crianças, sempre sonhei em ser mãe, mas na carreira que escolhi não cabe uma "mãe de família", não cabe qualquer tipo de vínculo, pois como eu faria se precisasse, de uma hora para outra, ser transferida para outro Estado / País?

Teria eu que abandonar meus objetivos profissionais, meus sonhos? Faria, no caso, meu marido abandonar os dele? Atrapalharia todo o desenvolvimento social de um filho (fator muito importante em uma criança)?

Até que ponto a luta feminista valeu a pena?

Mulheres que lutaram por gerações e gerações em busca de "direitos iguais", elas não sabiam que o tiro sairia pela culatra... Os direitos continuam diferentes, o trabalho (fora de casa), esse sim é o mesmo do homem, porém, ainda acumula-se o trabalho doméstico e a profissão de mãe...

E aí, agora me responda, quanto vale a sua família?

1 Comments:

Blogger Zander Catta Preta disse...

Uma amiga me contava que uma conhecida nossa realizou o seu sonho após se formar em arquitetura. Casou-se com um dono de padarias e é mãe de dois filhos. É felicícima repetindo a história de sua mãe (claro que o marido estudou no colégio militar e ela se sentiu vivendo os "Anos Dourados").

Outra amiga, formada em economia e pós graduada em Marketing, ex-diretora de marketing internacional da Michelin, largou tudo para cuidar do filho e se mudou para a Inglaterra. Hoje está em dúvida entre fazer um mestrado ou aceitar ser diretora de MKT UK.

Por outro lado, conheço pessoas que, apesar da capacidade intelectual e/ou profissional, são incapazes de gerir uma família, tratando os filhos como estorvo ou lastro.

Numa outra mão, profissionais incopententes de infelizes que são na profissão, querendo ser mães em tempo integral.

Mais um lado: uma menina que nada faz da vida além de cursos de dança e teatro enquanto ocupa o seu tempo em busca de um marido.

Não existe fórmula, meu amor. Eu mesmo já pensei várias vezes se foi "sensato" ter sido pai ou ter casado tão cedo. Só sei que construo o MEU caminho, passo a passo, minuto a minuto. Não posso julgar o caminho dos outros.

Encerrando, o caso da minha avó. Não podendo estudar além da 4a série (apesar de ter querido muito) por lá ficou. Não aprendeu um ofício além o do gerir um lar (que é coisa pacas, diga-se de passagem). Morreu-lhe o marido aos quarenta e poucos com cinco filhos para criar (o mais velho com quinze e o mais novo com seis anos). Sobreviveu lavando roupas para a Igreja de Santa Luzia.

Talvez, se tivesse estudado um pouco mais, arrumasse um ofício melhor remunerado. Talvez um outro marido. è passado. Só nos resta olhar e pesar na nossa própria balança.

9:21 PM  

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